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02 opinião DE SETEMBRO DE 2019
EDIÇÃO DE 13 A 19

As graves consequências dos A estéril discussão

diversos tipos de suicídio sobre democracia

Por: Paiva Netto Mais uma vez o país perde seu tempo discutindo demo-
cracia. A fala do impetuoso Carlos Bolsonaro (“por vias de-
Ninguém está livre das influencia- que o mundo material não mais poderá mocráticas a transformação que o país que não acontecerá
ções espirituais inferiores, as quais, evoluir sem o auxílio flagrante do Mun- na velocidade que almejamos”), levou aliados e adversários
seus e do seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, a pronuncia-
mesmo quando não se revelam num do Invisível Superior. mentos de reafirmação democrática. Mais do que falar con-
gesto tão extremado como matar-se, Meus Irmãos e minhas Irmãs, que tra ou a favor do regime político, é importante agir em bus-
encerram consequências que podem drama enfrentam, muitas vezes, nos- ca da solução para os graves problemas vividos pelo país.
configurar verdadeiro suicídio em vida. sos Anjos Guardiães a fim de nos livrar O regime democrático é unanimidade, embora hajam visões
Quantas empresas, por exemplo, de funestas ambiências, que acabamos diferenciadas a seu respeito. Os governos temerários que
são levadas à “morte”, ou seja, à falên- atraindo para dentro de nossos lares, nos levaram à crise, usaram seu discurso e ação para enfra-
cia? Quantos casais estão em conflito, de nossas empresas, de nossas igre- quecer o poder do Estado, dar ao povo visão equivocada de
arrastando em seu bojo a felicidade dos jas, de nossas comunidades, de nossos direitos sem deveres e até nivelar por baixo o aprendizado da
filhos? Quantos se entregam à “morte” países! No entanto, alguém pode dizer: população que, por isso, possui hoje muitos diplomados que
pelos vícios da bebida, do cigarro, das “Mas, Irmão Paiva, eu tento, eu luto; não sabem o que fazer do diploma e continuam vivendo em
drogas, que enfermam e destroem contudo, não consigo afastar esses ob- dificuldades até maiores do que a vivida antes da formação.
nosso veículo físico e distorcem a Al- sessores espirituais de meu caminho. Democracia, antes de tudo, deve ser a tônica do equilíbrio.
ma? E as chagas do ódio, da violência No ambiente da minha empresa, pelas O Estado não pode ser opressor, como nas ditaduras, mas
doméstica, do feminicídio, da pedofilia, ruas, em minha casa, nas dos meus en- não deve ser fraco e permissivo a ponto de não poder cobrar
a obediência ao ordenamento jurídico e aos interesses públi-
da efebofilia, dos estupros...? Quantos tes queridos, eles sempre estão lá, ou cos, coletivos e até individuais. O Estado Democrático de Di-
são drasticamente atingidos, arranca- acolá, me atormentando, fazendo com reito, para cumprir sua finalidade, tem de se fazer presente
dos do mundo por essas barbáries? E que minha competência no trabalho exigindo de todos o respeito às normas vigentes e, principal-
as guerras, o desmantelamento econô- seja abalada; minha felicidade, minha mente, evitando que o direito de uns exorbite e invada a área
mico de países, os conflitos étnicos de saúde, minha paz sejam postas abaixo. de interesse de outros.
toda sorte?... E a hipnose coletiva que, Já não tenho forças...” Se desde a reaquisição da democracia – marcada histo-
pelo planeta, enceguece governantes Tem forças, sim!!! Quem lhe disse ricamente em 1985 com a saída dos militares do poder – os
e governados? Todos são Espíritos na que não? Afaste de si as sugestões de governantes e lideranças políticas e sociais tivessem traba-
carne; portanto, completamente sus- fraqueza, justamente, do aqui ultrade- lhado pelo fortalecimento democrático, não teríamos vivido
cetíveis de sofrer o magnetismo infe- nunciado “lobo malfeitor espiritual”. os escândalos que abalaram a economia e conspurcaram a
rior desses “invasores de Almas”, que E ore por ele, de maneira que a prece administração pública e as lideranças políticas. É importante
aqui denominamos “lobos invisíveis” fervorosa toque os recônditos de sua lembrar que, mesmo sendo hoje catalogado como ditadura,
ou espíritos obsessores. Contudo, em alma, tornando-o, pela transformação o período 1964-85 foi considerado democrático pelos seus
medida ainda mais vigorosa, qualquer do caráter, um bom sujeito. Rogue pelo operadores. Eles diziam alto e bom som que só assumiram o
poder para evitar que o país caísse numa ditadura do prole-
pessoa é capaz de se tornar instrumen- apoio de seu Anjo da Guarda, ou Espí- tariado. O triste é que os emergentes de 1985 não mudaram
to benfazejo sob os cuidados das Falan- rito Guia, ou Nume Tutelar — seja qual em nada a sua antiga concepção político-ideológica e, na últi-
ges Divinas, das Almas Benditas. Todos for a maneira que você denomine esses ma eleição, uma das motivações para a escolha do atual pre-
somos médiuns, conforme nos revela Benfeitores (ainda) Invisíveis. sidente foi evitar que o país pudesse mergulhar novamente
Allan Kardec (1804-1869). E poder ne- Como bradava Alziro Zarur (1914- na esquerda e, como se diz ultimamente em função da crise
nhum é maior que o de Deus. 1979): “O Bem nunca será vencido pelo do vizinho país, “transformar-se numa Venezuela”.
Reitero a importância da leitura mal”. Os participantes da cena política, independente de sua ten-
de “Quanto à Abrangência do Templo dência, têm o dever de lutar para que a democracia se con-
da Boa Vontade” e “O equilíbrio como José de Paiva Netto solidada, elimine os vícios que a colocam sob risco e todos
objetivo”, páginas nas quais esclareço é jornalista, radialista e escritor os brasileiros tenham condições de viver melhor num país
integrado à pluralidade mundial, sem os cacoetes que tanto
tumultuaram o passado. Direita e esquerda são simples fi-
guras de retórica política. O que precisamos é de um regime
Eu sou o pão vivo que desceu do céu. sólido e com as instituições em pleno funcionamento. Se isso

Se alguém comer deste pão, viverá não for conseguido, é lógico, que a ruptura será inevitável...
para sempre. Este pão é a minha carne,
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves
que eu darei pela vida do mundo. é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist.
João 6:51 Social dos Policiais Militares de São Paulo)

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